Você se reconhece nas fotos antigas?
- andreaayumi
- 11 de jul.
- 2 min de leitura
É comum, ao olharmos uma foto antiga, pensarmos: "Na época eu me achava estranho, mas hoje vejo com outros olhos." Essa mudança de percepção não é um acaso — ela está profundamente ligada ao modo como nosso senso de identidade e autoestima se transformam ao longo do tempo.
Segundo estudos da psicologia cognitiva e da terapia do esquema, a forma como nos enxergamos é influenciada por esquemas mentais internalizados — estruturas criadas com base em experiências precoces, interações sociais e modelos de reforço. Se você cresceu ouvindo críticas sobre sua aparência ou desempenho, é provável que tenha aprendido a olhar para si com um filtro mais rígido, focado no que "falta" ou "deveria melhorar".
Esses filtros, quando se tornam automáticos, passam a distorcer a percepção presente. Isso significa que, mesmo em momentos de realização, afeto ou beleza, você pode ter dificuldade em validar essas experiências como legítimas. A autocrítica crônica age como uma lente — e não uma verdade.
A boa notícia é que, assim como a percepção da foto antiga muda com o tempo, nossa percepção sobre nós mesmos também pode mudar. Às vezes, pequenas pausas de gentileza já começam a abrir espaço para um olhar mais realista e menos distorcido.
Desenvolver autocompaixão não significa fingir que está tudo bem, mas aprender a reconhecer o que é difícil sem acrescentar culpa ou vergonha. É sair do julgamento automático e se perguntar, com honestidade: "Será que estou vendo as coisas como são, ou como aprendi a me ver?"
A autoestima saudável nasce justamente dessa pergunta. Não da perfeição, mas da disposição de revisar o olhar, de perceber que talvez você não precise se encaixar em padrões tão rígidos para ser digno de respeito, cuidado e valor.
Ao longo da vida, é possível atualizar essa lente. E talvez o primeiro passo seja se tratar como trataria alguém que você ama: com paciência, curiosidade e afeto.
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